ATA DA SEXAGÉSIMA SÉTIMA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA
LEGISLATURA, EM 31-8-2006.
Aos trinta e um dias do mês de agosto do ano de dois
mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Bernardino Vendruscolo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Mario Fraga, Mônica Leal, Neuza
Canabarro, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos
Todeschini, Claudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Bosco Vaz,
Manuela d'Ávila, Maristela Maffei, Nereu D'Avila e Professor Garcia. Do EXPEDIENTE, constaram:
Ofício nº 259/06, do Senhor Luiz Antônio Proença Fernandes, Secretário Municipal
de Coordenação Política e Governança Local; Comunicados nos 74197 e
96289/06, do Senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação – FNDE. Na ocasião, constatada a existência de quórum deliberativo,
foram aprovadas as Atas da Sexagésima, Sexagésima Primeira, Sexagésima Segunda,
Sexagésima Terceira e Sexagésima Quarta Sessões Ordinárias e da Nona e Décima
Sessões Extraordinárias. Após, o Senhor Presidente procedeu à leitura de carta
recebida do Senhor Antonio Guerrero Rodriguez, cidadão cubano preso nos Estados
Unidos da América, na qual Sua Senhoria agradece a solidariedade recebida desta
Câmara Municipal. Também, foi apregoado o Memorando nº 198/06, firmado pelo
Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio
do qual Sua Excelência informa que o Vereador Ervino Besson se encontra
representando externamente este Legislativo na solenidade de abertura da Feira
do Empreendedor, no dia de hoje, a partir das quatorze horas, no Centro de
Exposições da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul –
FIERGS. Ainda, o Vereador João Carlos Nedel procedeu à leitura e à entrega, ao
Senhor Presidente, do Memorando nº 038/06, de sua autoria, informando a decisão
de cancelar a reserva do Espaço Vereadora Teresa Franco, programada para o dia
treze de setembro do corrente, para solenidade de lançamento de livro do
Escritor Eduardo Bicca. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Alexandre Iserhard Ferreira, Presidente do Sindicato
dos Profissionais de Educação Física – SINDEF/RS –, que registrou o transcurso,
amanhã, do Dia do Profissional de Educação Física, analisando as áreas de
atuação e a importância dessa categoria para a formação integral do indivíduo, em
especial dos grupos mais jovens da população. Também, propugnou por maior
valorização do Professor de Educação Física, relativamente à questão salarial e
às condições de trabalho, para que sejam viabilizadas a esse profissional
melhorias efetivas para a promoção da saúde e do bem-estar das pessoas. Na
oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, a Vereadora Sofia Cavedon
e o Vereador Professor Garcia manifestaram-se acerca do assunto tratado durante
a Tribuna Popular. A seguir, foi iniciado
o GRANDE EXPEDIENTE, tendo a Senhora Presidenta informado que, durante esse
período, seria realizada homenagem para assinalar o transcurso do
septuagésimo aniversário da Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e
Beneficência – SIBRA. Compuseram a Mesa: a Vereadora Margarete Moraes, 2ª
Vice-Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Mário Caspary,
representando o Conselho Deliberativo da SIBRA; o Senhor Victor Hugo,
Secretário Estadual da Cultura, representando o Senhor Governador do Estado do
Rio Grande do Sul; o Senhor Abrahão Finkelstein, Presidente da Federação
Israelita do Rio Grande do Sul. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Mônica Leal
relatou dificuldades vivenciadas pelos judeus alemães no século passado, as
quais resultaram na sua imigração para o Brasil. Nesse sentido, abordou a
presença da Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência no País,
asseverando que o objetivo dessa instituição é o de promover a integração
social da comunidade judaica, pela prática do culto religioso e pelo incentivo
ao desenvolvimento físico e espiritual de seus associados. Após, o Senhor
Presidente concedeu a palavra ao Senhor Mário Caspary, que, em nome da
Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência, agradeceu a homenagem
hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Bernardino Vendruscolo avaliou a contribuição dos imigrantes para o
crescimento do Estado. Também, aludindo à carta do Senhor Antonio Guerrero
Rodriguez, lida no início da presente Sessão, frisou ser a liberdade um dos maiores
bens da humanidade, lamentando que o remetente se encontre em uma prisão
norte-americana, ainda que, segundo Sua Excelência, em Cuba existam
prisioneiros que não têm sequer a possibilidade de enviar notícias para fora
daquele país. Às quinze horas e quatro minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e seis minutos,
constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Professor
Garcia, citando a Lei Municipal nº 8.314/99, que institui o Dia do Profissional
de Educação Física, relatou a atuação de Sua Excelência nessa área e mencionou
mobilização verificada no País durante a década de mil novecentos e noventa, em
prol da regulamentação dessa atividade. Ainda, registrou o início, no dia vinte
e seis deste mês, da Semana Municipal de Educação Física, a ser encerrada no
dia primeiro de setembro do corrente. A Vereadora Mônica Leal debateu a
implantação, em Porto Alegre, do “Disque-Pichação”, citando prisões efetuadas a
partir de denúncias encaminhadas pela população por meio desse número de
telefone. Sobre o tema, declarou que a participação da comunidade é essencial
para a preservação de monumentos e espaços públicos, enfatizando que a atuação
dos pichadores deve ser devidamente punida, por ser exemplo negativo de conduta
e por incentivar novas infrações. O Vereador Elói Guimarães teceu considerações
sobre a conjuntura política brasileira, abordando aspectos atinentes ao clima
de campanha eleitoral atualmente observado no País, em face das eleições programadas
para o mês de outubro do corrente. Além disso, salientou que o eleitor deve
fazer uma avaliação aprofundada e responsável das propostas dos diferentes candidatos
a esse pleito, classificando como equivocado o posicionamento favorável ao voto
em branco ou nulo. O Vereador Professor Garcia, em tempo cedido pelo Vereador
Paulo Odone, criticou a empresa de telefonia Brasil Telecom por problemas no
atendimento a seus usuários e por alterações de prefixos do Bairro Tristeza.
Nesse sentido, citou correspondência dirigida ao Presidente dessa empresa e ao
Gerente da ANATEL no Rio Grande do Sul, solicitando providências quanto a esses
assuntos e elogiando melhorias nos serviços de telefonia do País, a partir do
ano de dois mil e oito. A seguir, constatada a existência de quórum
deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Dr. Goulart,
solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, do dia primeiro de
setembro ao dia dois de outubro do corrente. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão
Preliminar, estiveram: em 4ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nos
031 e 032/06, discutidos pelos Vereadores Adeli Sell, Professor Garcia e João
Antonio Dib e pela Vereadora Sofia Cavedon. Às dezesseis horas e dezesseis minutos,
constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pela Vereadora
Neuza Canabarro, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Dr. Goulart, Luiz Braz, Margarete Moraes e Bernardino Vendruscolo,
este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados
pelo Vereador Valdir Caetano. Do que eu, Valdir Caetano, 3º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Eu, junto com minha equipe, resolvi que,
neste último mês, posso não estar dando o melhor da posição que sempre tive
frente a esta Casa, a este Parlamento, nos últimos seis, sete meses; então é
imperioso começar a tratar da minha licença neste último mês, por necessidade
de trabalho externo, ocasião em que deixarei este Plenário sob os cuidados e a
orientação inteligente do nosso Vice-Presidente, meu colega Luiz Braz.
Antes
de iniciar a minha despedida, quero dizer que acabo de receber uma carta da
prisão de Miami, onde está um daqueles cinco presos cubanos, e que escreveu uma
carta para o Presidente, agradecendo o interesse desta Plenária em relação à
falta de liberdade que eles têm no cumprimento da pena. Quem escreveu a carta
foi o Antonio Guerrero Rodriguez, contando que estava preparado para sair da
prisão junto com os seus quatro companheiros, quando houve uma apelação por
parte dos próprios juízes da Corte onde ele tinha sido julgado. Foi feito um
novo julgamento, e foi suspensa a sentença de liberdade desses cubanos que
estão em Miami. Ele disse que agradece pela corrente que foi feita em todo o
mundo pela sua liberdade, em especial ao Parlamento da cidade de Porto Alegre,
e manda um poema que eu acho importante seja lido aqui, agora. O poema é
encabeçado por uns versos de José Martí. José Martí, o Poeta Libertário de
Cuba, do jugo ainda de épocas pretéritas. Diz assim: “La
razón es como um brazo colosal /que levanta la justicia donde no pueden
alcanzarla las avaricias de los hombres”.
E
aí ele começa o Poema dele: “Em mi Verdad./ ¿ Donde está la
razón? Se preguntaron./Pero entre miedos y otras cosas indignas/Se perdió la
llave/ Y la razón quedó tras la puerta/Y yo quedé encerrado al otro lado,/En
este mundo que no es el que yo quiero./Y aunque de pronto el cielo se cargo de
sombras,/Sepan los tan felices de su última ignominia/Que en mi osadia el
terror no funciona,/Que en mi honor la injusticia no trabaja,/Que en mi virtud
la avaricia no mella,/Que en mi verdad la dignidad cohabita,/Que en mi amor la
alegría siempre llega.”
Então,
eu passarei depois, por intermédio da Assessoria, uma cópia desta carta aos
Vereadores deste Parlamento.
Eu
precisava dar esta mensagem, que é uma mensagem não ideológica, mas libertária,
de liberdade, que deve ser o caminho que os homens que têm opinião devem
espalhar pelo mundo.
Eu
agradeço a todos por esses meses que passamos juntos e, de pronto, passo a
Presidência ao meu querido colega que agora será o Presidente desta Casa, Luiz
Braz, e passarei a tratar da minha licença. Logo depois do dia 02 de outubro,
estarei aqui novamente com os senhores. Muito obrigado.
(O
Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Nós estamos informando que o Ver. Ervino
Besson estará representando esta Câmara na abertura da Feira do Empreendedor,
que começou agora às 14 horas, no Centro de Exposição FIERGS, na Av. Assis
Brasil, 8.787, em Porto Alegre.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Lê.) “Sr. Presidente, na Sessão Plenária do
dia 28 de agosto, a Líder do Partido dos Trabalhadores, Verª Sofia Cavedon,
contestou o lançamento de um livro, de iniciativa do meu gabinete e da
respectiva Editora, no recinto do T Cultural Tereza Franco, argumentando que se
tratava de propaganda política.
Eu
gostaria de argumentar o seguinte: é atividade própria de Vereador promover e
estimular a cultura, promovendo lançamento de livros nesta Câmara;
O
conteúdo do livro é de responsabilidade do escritor ou da Editora;
Como
o livro estava no prelo, eu não tinha condição de saber o seu conteúdo, na
época;
E,
que lamento o cerceamento de atividade deste Vereador, ainda mais com um
pré-conceito e pré-julgamento.
Todavia,
em respeito à Lei Eleitoral, ainda passível de interpretação, decidi cancelar o
lançamento, inutilizando os convites e cancelando a reserva no T Cultural
Tereza Franco. Atenciosamente, João Carlos Nedel, Vereador”.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Vereador.
Será
entregue à Diretoria Legislativa, à qual eu havia solicitado que formulasse a
resposta aos questionamentos feitos pela Verª Sofia Cavedon.
Passamos
à
Hoje temos a presença do
Sindicato dos Profissionais em Educação Física - Sindef/Rio Grande do Sul.
(A
Verª Margarete Moraes assume a presidência dos trabalhos.)
Quem sabe, ainda este ano, vencemos os percalços que
impedem essa partida de verdadeiras vitórias para, em breve, termos motivos reais de uma verdadeira
comemoração para a nossa Educação Física. Nossa formação foi invadida por
sistemáticas mercantilistas que dividiram a identidade do professor de Educação
Física: “Aqui você é saúde; ali você é educação; aqui você pode atuar; ali,
não”. Para atuar, você é obrigado a pagar. A pagar o quê? Para quem? Quanto?
Por que tanto? Quem são esses que nos obrigam a pagar? O verbo obrigar tem um
sentido que implica a verdade de realmente poder obrigar um cidadão da nossa
categoria trabalhista ter de desembolsar tal e tamanha quantia. É realmente
obrigado? Para que serve o diploma que, com suor, o professor de Educação
Física conquista na universidade?
Lembramos
a todos os professores de Educação de Física, que são formados e que têm seu
diploma conquistado com suor e esforço: ninguém pode impedir você de atuar em
sua profissão! Seu diploma é o documento que lhe dá o direito de ser professor
atuante! Qualquer impedimento nesse sentido procure o nosso Sindicato. Estamos
aqui para servir ao professor de Educação Física em seus direitos. Estamos
nascendo com muitas dificuldades, que, com o tempo, todos os professores de
Educação Física tomarão conhecimento, com certeza, pois quando lutamos, a
verdade sempre aparece.
Homenageamos
aqui, hoje, o potencial em conhecimento, atualização e resultados que nossa
categoria conquistou em suas atuações como professores de Educação Física,
professores do Estado, Municípios, clubes, academias, hospitais e empresas,
autônomos, em cooperativas de professores de Educação Física, projetos, ONGs
relacionadas, etc, que contribuem com a sociedade com seus préstimos
profissionais capacitados, promovendo saúde e bem-estar a nossos cidadãos.
Saúdo
todos aqui presentes por prestigiar, nesta homenagem, o professor de Educação
Física. Sempre ficamos felizes quando é reconhecido o verdadeiro valor de um
profissional que objetiva sempre contribuir positivamente para a sociedade.
Então deixo aqui bem registrada a nossa homenagem a todos os profissionais de
Educação Física do nosso Estado e de todo o Brasil. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradecemos
o Sr. Alexandre Ferreira pela fala, e o convidamos a nos acompanhar aqui na
Mesa. Seja bem-vindo. Parabéns.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Prezada
Presidenta, querida Verª Margarete Moraes, eu gostaria de cumprimentar, em nome
de todos os Vereadores do Partido dos Trabalhadores - especialmente o Ver.
Adeli que está no plenário neste momento -, o Sr. Alexandre Ferreira,
Presidente do Sindef, e estendo o cumprimento a todos os profissionais da área
de Educação Física, que têm amanhã o seu Dia e têm como expectativa, tenho
certeza, que esse seja um Dia que chame a atenção e reforce a luta contra a
discriminação dessa área tanto cultural quanto das condições concretas de
trabalho, remuneração e de respeito à sua atividade e à sua dignidade como
profissional. Que esse Dia sirva também para que esse profissional, que muitas
vezes é visto - tanto na escola quanto nas suas atividades na educação
informal, nas academias, na área de lazer -, como um profissional de uma área
menor, uma área fácil de levar, uma área lúdica, de uma área que qualquer um
poderia exercer; que possa ser reconhecido como um profissional essencial para
a construção da nossa qualidade de vida, de uma nova cultura, de saúde e de
integração com a nossa identidade corporal, com a nossa identidade no mundo,
mas, principalmente, ser reconhecido como primeiro profissional. Essa é a
primeira área que recebe o aluno e a aluna de corpo inteiro na escola, que
problematiza a separação, a anulação do corpo, da sexualidade, da identidade,
da diferença na educação massificadora. Uma área que de fato busca trazer para
a escola o aluno integral.
A
luta de vocês pelo reconhecimento das condições específicas de trabalho -
condições penosas, condições que exigem uma energia corporal, uma energia de
vontade o tempo inteiro - faz com que a exaustão corporal, a exaustão da voz, inclusive,
prejudique a saúde desse trabalhador e exige a atualização constante pela
enorme competitividade nessa área e pela pauperização das relações de trabalho
pelo uso do trabalho estagiário, do trabalho temporário, do trabalho
não-qualificado. É de fato uma luta enorme que vocês estão levando, Alexandre,
uma luta que tem que ter o reforço nesta data.
Concluo, dizendo que tem que ter a pluralidade,
sim, da representação das diferentes instituições que querem representar essa
luta, que não seja uma luta em que haja apenas mera disputa de poder, disputa
de representação, a cobrança de taxas, sem isso ser uma construção coletiva e
de fato reverter na dignidade e na valorização do trabalho de vocês. Parabéns
por este Dia e boa luta para o seu Sindicato! Sucesso e vida longa!
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Cara
Presidenta, falo também em nome do Partido Progressista e em nome do Partido do
Movimento Democrático Brasileiro. Prezado Alexandre, prezada Cristina, é com
grata alegria que os vejo nesta tarde. Vocês sabem muito bem que fui fundador
desse Sindicato, e sabemos da dificuldade que o Sindicato tem a enfrentar ainda
para a sua legalização. Agora, há algumas discordâncias quando fala na questão
do não-pagamento, porque o movimento do sindicato brasileiro vive do imposto
sindical, e ainda espero que o nosso Sindicato possa também receber essas
benesses. Mas esse é o sistema; a Verª Sofia diz que é “pelego”, eu não quero
fazer a discussão, porque eu estou no meu tempo, Vereadora. Quero dizer que
hoje, com muita alegria, estamos comemorando a Semana da Educação Física, desde
o dia 26, inclusive com várias atividades na UFRGS, várias atividades nas
escolas municipais, com debate, e, amanhã, haverá o baile de confraternização
da categoria.
Hoje, no Brasil, há quase 200 mil professores
registrados, há 418 Faculdades de Educação Física com mais de 150 mil
acadêmicos. Então a Educação Física no nosso País cresce a cada dia que passa.
O que nós queremos, na realidade, sim, é um Sindicato forte, um Sindicato que
nos represente, e eu tenho a certeza de que o Alexandre tem todas as condições
de mostrar e representar este Sindicato. Portanto salve o nosso Dia! Eu me
incluo, porque sou profissional de Educação Física. Parabéns!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não havendo
mais quem queira se manifestar, quero cumprimentar, em nome desta Casa, todos
os profissionais da Educação Física, através do seu Sindicato; o Sr. Alexandre
Iserhard Ferreira, pela data, e também dizer que esta Casa sente-se muito
orgulhosa em recebê-lo, desejando sucesso nas suas reivindicações, nas suas
lutas específicas como professor de Educação Física. Muito obrigada pela sua
presença.
Passamos ao
Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso do 70º
aniversário da Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência - Sibra
-, conforme proposição da Verª Mônica Leal.
Convidamos para
compor a Mesa: o Sr. Mário Caspary, representante do Conselho Consultivo
da Sibra; o Secretário Estadual da Cultura, o nosso querido amigo Victor Hugo,
que neste momento representa o Exmo. Sr. Governador do Estado do Rio Grande do
Sul; o Sr. Abrahão Finkelstein, Presidente da Federação Israelita do Rio Grande
do Sul.
A Verª Mônica Leal, proponente desta homenagem, está com a palavra em
Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Elói Guimarães.
A SRA. MÔNICA LEAL: Srª
Presidenta dos trabalhos, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, Sr. Mário Caspary, representante do Conselho Consultivo da
Sibra; Sr. Victor Hugo, Secretário de Estado da Cultura, representando o Exmo.
Sr. Governador do Estado do Rio Grande do Sul; Sr. Abrahão Finkelstein,
Presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, demais pessoas aqui
presentes. Quero, antes de iniciar o meu pronunciamento, agradecer ao Ver. Elói
Guimarães, que gentilmente me cedeu o seu tempo.
Nessa ocasião dos 70 anos da existência da
Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência - Sibra -, em nome da
Bancada do Partido Progressista, dos meus colegas Vereadores João Carlos Nedel
e João Antonio Dib, Líder da Bancada, sou hoje porta-voz desta justa homenagem
à entidade que abrigou os judeus alemães que em nossa terra aportaram a partir
dos anos 30 e que até hoje se sentem amparados e segurados pela força
transmitida pela Sibra.
Em função da minha ligação com a cultura judaica,
sempre me interesso pelos assuntos relativos a essa comunidade em nossa Cidade,
e este envolvimento me leva a estar sempre empenhada em acompanhar os seus
anseios, conquistas, projetos e comemorações, intermediando no que for preciso.
Desde o início do século XX, o Rio Grande do Sul já
contava com grupos de imigrantes judeus, russos e poloneses, principalmente,
que se instalaram em colônias agrícolas no Interior. Fugindo da discriminação e
das perseguições religiosas e sociais, buscavam a oportunidade de viver em paz,
fugindo da miséria decorrente das adversidades e da opressão a esse povo em
seus países de origem.
Por volta de 1933, começaram a chegar os grupos de
judeus alemães para a nova cidade escolhida: Porto Alegre. Vindos de uma
Alemanha que começava a ser tomada pelo nazismo, aqui foram naturalmente se
aglutinando em torno da necessidade de convívio, de compartilhar as lembranças
recentes da terra natal de onde saíram. Na Europa, ficaram para trás
familiares, lares construídos, seus bens, sua cultura, seu passado.
E
assim, quem chegava como imigrante era encaminhado para perto daqueles que
passaram pela mesma experiência, e se reuniam para rezar, muitas vezes, na casa
de um outro imigrante. Mas esses judeus foram sentindo crescer um
vínculo entre eles e também o número de seus integrantes. E surge, então, a
necessidade de se reorganizarem religiosamente e socialmente.
A
busca de um espaço físico para ampliar o atendimento a esse povo, e dar
continuação à assistência e ao apoio aos recém-chegados, foi o que delineou o
que viria logo a ser a Sibra.
Contar
a história dos judeus alemães em Porto Alegre é contar a história da Sibra.
Depois
da fundação, em 1936, e algumas sedes provisórias e alugadas, a Sibra teve, em
agosto de 1960, sua sede própria, construída com o esforço de todos, até hoje
localizada na Rua Mariante.
Características e sentimentos marcantes
acompanharam a Sibra, pois era lá que seus filiados compartilhavam dor,
tristeza e expectativas, preocupando-se uns com os outros, procurando amenizar
as angústias que cada um sentia na nova terra, onde os costumes, os hábitos, a
língua e o clima lhes eram totalmente desconhecidos. Lá se sentiam amparados
para regularizar a sua situação no Brasil ou mesmo protegidos ao sentirem a sua
integridade ameaçada. Organizadamente, e como tinha de ser, a Sibra criou o seu
estatuto, tendo como itens iniciais a manutenção de uma sinagoga para a prática
do culto religioso; a manutenção de uma caixa de beneficência para prestar
assistência aos necessitados em geral, dar acesso ao estudo da língua
portuguesa, de História do Brasil, realizar conferências instrutivas e manter o
interesse pelo desenvolvimento espiritual e físico de seus associados. Ou seja,
lá eles podiam usar livremente seus livros de reza, cantar suas canções, alto e
bom som, pois, quando o Brasil declarou guerra contra o eixo
Berlim-Roma-Tóquio, em plena 2ª Guerra Mundial, eram proibidos de falar o idioma
alemão em lugares e reuniões públicas.
A
Sibra, então, atravessou as décadas e chega até 2006 sem ter cessado suas
atividades, mesmo com o fim da imigração e das perseguições nazistas. Depois
dessa missão maior cumprida e motivo de sua fundação, a Sibra perseverou e
desdobrou suas atribuições, suas propostas, suas funções sociais, culturais,
humanitárias e, principalmente, religiosas, fator que a destaca das demais
instituições judaicas, também por sua tradição, fidelidade e esforço de todos
os seus filiados.
Parabéns
à diretoria dessa entidade e a seus associados, por levarem adiante o ideal
daqueles que um dia sonharam com um mundo melhor para os seus irmãos, que
sobreviveram a uma das piores perseguições a uma raça já vista na história da
humanidade, e fundaram, com espírito solidário, que exerciam profundamente, a
Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e Beneficência, que contribui, e
muito, na continuação e no fortalecimento do judaísmo em nossa sociedade.
Parabéns, de coração, à Sibra, que venham mais e mais 70 anos pela frente, pois
todos merecem um porto seguro.
E
eu, como Vereadora em primeiro mandato, sinto uma grande alegria em poder
prestar-lhes esta homenagem. Obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Depois
da homenagem proposta pela Verª Mônica Leal, eu ofereço a palavra ao Sr. Mário
Caspary, representante do Conselho Consultivo da Sibra, para fazer o seu
pronunciamento.
O
SR. MÁRIO CASPARY: Como
a história não se reescreve, é uma só, as minhas palavras são bastante
parecidas com as palavras da Verª Mônica. (Saúda os componentes da Mesa
e demais presentes.) Em agosto de 1936, portanto há 70 anos, alguém se dirigiu
a uma platéia dando graças ao fato de estarem reunidos em uma nova e abençoada
terra, onde, em paz e sem perseguições, poderiam recomeçar a vida e exercer,
com plena liberdade, sua fé, no seio do povo gaúcho, que tão bem os acolheu.
É
desnecessário dizer que essas pessoas estavam abaladas por terem sido
despojadas de seus direitos, dos seus bens, do seu amor-próprio e sua
cidadania; no país onde nasceram, tiveram sua educação e estavam construindo
suas famílias. Tudo devido à criminosa mente de um líder, talvez até
carismático, mas, por suas ações e idéias, uma verdadeira besta humana. É
triste, mas verdadeiro.
Há
70 anos, esses imigrantes, na procura do convívio, premidos pela necessidade
material, certos do ditado de que a união faz a força, e ainda carentes de
solidariedade e de ajuda mútua, ergueram uma entidade nos moldes das existentes
em sua terra natal. E assim nasceu a Sibra, ajudando àqueles que, desde o
início, a ela acorreram. Algumas pessoas que já aqui viviam deram o primeiro
suporte a eles, ajudando os sócios em suas dificuldades iniciais. Destaco,
entre eles, o Sr. Kurt Weil e o Dr. Miguel Weisfeld. Na área religiosa, a Sibra
contou com os serviços do Sr. Max Blumenthal, até o final da sua própria vida,
que, ora só, ora com ajuda de outros sócios, se destacou como cantor litúrgico,
rabino, conselheiro, até zelador, enfim, “carregava o piano”. Esses foram os
motivos, a raiz e a semente dessa entidade, que tinha em sua sigla o foco de
suas atividades: Sibra - Sociedade Israelita Brasileira de Cultura e
Beneficência.
Felizmente,
a semente começou a brotar e a trilhar um caminho, o que trouxe a Sibra até
hoje, passando pela sede inicial na Av. Oswaldo Aranha, passando pela antiga
Rua Esperança, hoje Rua Miguel Tostes, que foi a alavanca para a construção do
prédio onde hoje ela está estabelecida, na Rua Mariante. Mas, segundo o ditado “tempora
mutantur et nos mutamur in illis” - os tempos mudam e nós mudamos com eles
-, a Sibra, que começou com uma sinagoga, que se entendia por ortodoxa no
sentido clássico alemão, com o tempo iniciou uma abertura, sendo que cada
rabino ou líder religioso que por ela passou fez a sua contribuição na
modernidade e no ajornamento de suas atividades. Cito algumas pessoas,
entre elas o Rabino Manfred Hoechster, o Rabino Winter, o cantor Miguel
Rotemberg, o Rabino Alejandro Lilienthal, o Rabino Sérgio Margulies e,
atualmente, o nosso professor Guershon Kwasnievski. Contamos ainda, na época,
com a ajuda de co-irmãs de São Paulo e do Rio de Janeiro que nos enviavam,
eventualmente, os rabinos Fritz Pinkuss e Henrique Lemle.
Durante
todos esses anos, a Sibra sempre se dedicou e cumpriu as funções para as quais
fora destinada. Criou um comitê de senhoras para ajuda dos necessitados e, com
o passar do tempo, também dedicou-se à juventude. Nosso líder, que está conosco
desde 1996, imprimiu um novo ritmo na vida comunitária, transformando o serviço
religioso e atraindo para a Sibra um público antes não freqüentador, liderando
cerimônias inovadoras como a Páscoa Judaica - sedarim de Pessach - no
Plaza São Rafael ou no Lar Maurício Seligman. Além disso, fez inúmeros contatos
com a comunidade maior, sendo reconhecido hoje como um dos principais líderes
judaicos do Estado.
Enfim,
esse é um rápido apanhado dos últimos 70 anos, durante os quais muitos
Presidentes deram o melhor de seus esforços para manter viva essa entidade, dos
quais cito apenas dois, sem demérito aos demais, - que creio representaram, com
a sua garra, o espírito do judeu-alemão na diáspora. São eles os Presidentes
Erwin Bendheim e Kurt Wiener, os quais lideraram várias diretorias.
Agora,
em mais uma iniciativa, ao invés de uma Diretoria formal com Presidente, a
Sibra é dirigida por um Conselho Executivo, o que é uma experiência nova entre
as entidades judaicas. Esse Conselho estende um abraço a todos os sócios e
visitantes que hoje aqui se encontram, esperançosos de que a Sibra viva por
muitos e muitos anos entre os cidadãos da acolhedora cidade de Porto Alegre, e
agradece por esta homenagem prestada hoje pela Egrégia Câmara de Vereadores.
Sibra,
sempre viva e apoiando a maior conquista do povo judeu nos últimos dois mil
anos, o nosso querido Estado de Israel. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu
agradeço a explanação do Sr. Mário Caspary.
O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) O que seria do Rio Grande do Sul se nós não
tivéssemos, no passado, acolhido esses povos que vieram de todos os cantos do
mundo - alemães, italianos, judeus, árabes - e que aqui vivem em paz. Felizes
nós, os brasileiros, especialmente os gaúchos, que podemos ver árabes e judeus,
alemães, italianos, enfim, todos unidos com a mesma bandeira, com o mesmo hino,
em paz. E, por isso, nós, da Bancada do PMDB, trazemos o nosso abraço,
esperando que sempre possamos, aqui, ouvi-los e dizer a mesma coisa: aqui no
Brasil nós, apesar de todos os problemas, vivemos em liberdade.
Cedo,
no início dos trabalhos, ouvimos uma triste carta, lida pelo nosso Presidente,
que relata toda a história do sacrifício de um grupo de prisioneiros cubanos
nos Estados Unidos. Eu também fico muito sentido, me toca o coração quando ouço
histórias tristes em que pessoas não têm a liberdade de ir e vir, mas nós
também precisamos dizer que talvez os prisioneiros lá de Cuba não possam nem
mandar cartas para fora do País, de forma que nós lamentamos todo o tipo de
opressão, em todos os cantos do mundo.
Em
nome do PMDB, faço esse registro. Obrigado, Presidenta, Verª Margarete Moraes.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu
agradeço as palavras do Ver. Bernardino Vendruscolo, nesta data em que
comemoramos os 70 anos da Sibra.
Quero
agradecer ao povo judaico, nas figuras do Sr. Mário Caspary e Abrahão
Finkelstein, pela grande contribuição e enriquecimento que deram ao Brasil, ao
povo brasileiro, ao Rio Grande do Sul, a Porto Alegre. E se estamos falando
numa sociedade cultural, nós queremos lembrar também muitas expressões judaicas
da nossa Cidade ou do nosso Estado, como as figuras do Carlos Scliar, da
Paulina Eizirik, da jovem Miriam Tolpolar, hoje Diretora do Ateliê Livre, mas
não posso esquecer do Moacir Scliar; e eu tenho a impressão de que aquele painel
que foi realizado pelo artista Danúbio Gonçalves simboliza toda essa saga.
Portanto,
parabéns Matilde, parabéns a todos vocês, e que a Sibra continue por muitos e
muitos anos prestando esse serviço muito importante à cidade de Porto Alegre.
Muito obrigada pela presença; parabéns à Verª Mônica Leal pela lembrança.
(Palmas.)
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h04min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes – às 15h06min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.
Passamos
às
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.A Verª
Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações (Pausa.) Ausente. A Verª
Mônica Leal está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Nereu D’Avila
está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Paulo Odone está
com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Professor Garcia está
com a palavra em Comunicações.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, venho hoje fazer uma
saudação - já foi feito aqui, no início da Sessão, pelo Sindicato - aos
profissionais de Educação Física.
Quero
dizer que nesta semana, do dia 26 até amanhã, dia 1° de setembro, estamos
comemorando a Semana Municipal de Educação Física, em que Porto Alegre é a
única Capital do nosso País que comemora esta semana. Amanhã, dia 1° de
setembro, é o Dia do Profissional de Educação Física, e, com muita alegria,
também digo que fui o autor da primeira Lei Municipal que instituiu o dia 1° de
setembro como o Dia do Profissional de Educação Física. Agora, depois de oito
anos, foi promulgada, pelo Senado, pela Câmara, e o Presidente da República
sancionou a Lei em nível nacional.
Quero
dizer da minha alegria em saudar a minha categoria dos profissionais de
Educação Física.
Em
1971, ingressei na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, concluí o meu
curso, e, durante todo esse tempo até os dias atuais, sempre atuei na área da
Educação Física. Tive a oportunidade de ser técnico do Sport Club
Internacional, de atletismo e futebol de salão; trabalhei durante 23 anos no
Centro Estadual de Treinamento Esportivo, onde fui professor de atletismo,
diretor; criamos a Associação dos Amigos do CETE, da qual fui Presidente; tive
a oportunidade de ser adjunto do sub-Secretário do Estado de Desporto do Rio
Grande do Sul; durante 12 anos tive academia; fui por 12 anos Diretor da
Faculdade de Educação Física do IPA, e, desde a criação do Conselho Federal de
Educação Física, sou membro deste Conselho e representante do Rio Grande do Sul
junto ao Conselho Federal.
Quero
também dizer que é com muita alegria que a minha cédula de identidade do
Conselho Federal é a cédula nº 2. Isto me alegra, porque mostra que durante
determinado tempo da minha vida fiz história junto aos profissionais da
categoria.
Lembro-me
que antes de ser promulgada a Lei, em 1995, fiz mais de 40 mil quilômetros no
Rio Grande do Sul, batendo de porta em porta, em escolas, nas universidades,
salientando a importância de a nossa profissão ser regulamentada.
Quero
também dizer que desde 1998 a única profissão que foi regulamentada foi a
Educação Física. Depois de 1991, nenhuma nova profissão foi regulamentada no nosso
País. Hoje, nós somos mais de 160 mil registrados; atualmente, são 413
universidades no nosso País, e, hoje, nos bancos escolares, há 155 mil
acadêmicos fazendo Educação Física.
Tivemos
uma grata surpresa, neste ano, por exemplo, na Paraíba, na Universidade Federal
de João Pessoa, o curso mais procurado para o vestibular não foi Medicina, não
foi Odontologia, não foi Psicologia; foi Educação Física, mostrando que esta
profissão, a cada dia que passa, cresce, porque ela tem uma interação, ela é
simpática à população. Claro que nós devemos ainda conscientizar a população, e
muito, para mostrar a importância da atividade física, algo que deveria ser
feito desde o momento em que a pessoa nasce até o último dia da sua vida.
Portanto,
hoje venho, de público, saudar todos os profissionais da área de Educação
Física de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil, e mostrar a
importância dessa atividade para a sociedade gaúcha, principalmente em prol da
melhoria da saúde e da qualidade de vida. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A
Verª Mônica Leal está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. MÔNICA LEAL: Verª
Margarete Moraes, na presidência dos trabalhos, ocupo esta tribuna hoje para
falar de um assunto que tem norteado o meu trabalho neste primeiro mandato de
Vereadora, que é a questão das pichações, da destruição do nosso patrimônio,
que, sabemos todos, matam a história da nossa Cidade, da Capital dos gaúchos.
E,
hoje, ao ler os jornais, constatei a notícia de que mais uma dupla de
pichadores foi flagrada, pichando um muro, e cheguei à conclusão - muito
satisfeita - da importância dessa iniciativa que veio de minha parte, mas claro
que é importante dizer que começou na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, quando
discutíamos a questão das pichações nesta Cidade, e víamos, todos os dias, os
muros, enfim, o patrimônio da nossa Cidade, ser, pouco a pouco, destruído.
Começamos, então, a trazer esta questão para as reuniões. Foi quando apresentei
ao Executivo a idéia de se criar uma linha para atender a essas denúncias, para
identificar esses vândalos, alertando a população, mostrando o local para que
fosse feita alguma coisa. E eu, com muita alegria, vi acolhida pelo Executivo
essa minha idéia que se tornou uma iniciativa do Governo Municipal, pelo número
153, e que está sendo trabalhada pelo Secretário Kevin Krieger. E hoje, ao ler
os jornais, eu também tive mais uma vez uma grata surpresa.
Muitas
vezes ocupei esta tribuna para dizer que pequenos delitos são a porta de
entrada para delitos maiores. Eu lia, ainda há pouco, uma manifestação do nosso
ex-Ministro Paulo Brossard, em que ele relata isso claramente: o início dos
grandes crimes ocorridos é quando nós deixamos impunes esse tipo de situação.
Então,
como Vereadora da Capital dos gaúchos, como autora dessa iniciativa, eu vejo,
com grande alegria, que são as iniciativas como o 153, atitudes nossas, da
Comissão de Saúde, Vereadores discutindo para trabalhar, protegendo a nossa
Cidade, é que fazem realmente esta Câmara da Cidade de Porto Alegre se
diferenciar no trabalho de todos os Vereadores, preocupados com a Cidade.
Eu
ainda há pouco discutia com o Lauro Balle, Assessor Jurídico da Bancada: o
Secretário Kevin deu uma entrevista, e tem de ser elogiado pelo seu pronto
trabalho. É preciso que a gente registre isso, quando ele pede punições mais
severas. Mas o que compete a mim, como Vereadora, são as punições financeiras
no que diz respeito a esse dado e não o lado penal.
Então,
eu sinto uma obrigação, como uma Vereadora da Cidade de Porto Alegre, de
registrar, aqui, Verª Margarete, que nós, desta Casa, saímos mais uma vez na
frente; nós todos juntos demos um grande passo em benefício da cidade de Porto
Alegre, protegendo o patrimônio público com a criação do 153.
E
eu gostaria de, mais uma vez, registrar que é importante, sim, coibir os
pequenos delitos; somente desta forma, com limites, nós estaremos nos
protegendo, e, quem sabe, impossibilitando delitos maiores.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu tenho o prazer de
cumprimentá-la, porque compartilho com V. Exª a autoria de duas leis: inserimos
no Código de Postura a questão da pichação, os crimes que são e o que deve ser
feito, e V. Exª teve a idéia do telefone. Depois da prisão do Dano, aquele que
eu sistematicamente vinha aqui dizer que era um provocador, de fato, vimos que
ele tem 18 processos-crime contra ele.
Hoje,
a cidade de Porto Alegre amanheceu mais aliviada. Obrigado.
A SRA. MÔNICA LEAL: Obrigada, Vereador.
Finalizo,
dizendo que é comum não se punir o pequeno infrator, mas é necessário, porque,
dessa maneira, estaremos, com certeza, punindo e coibindo um possível crime
maior, um assassinato, por exemplo, e estaremos, também, protegendo o cidadão
gaúcho, o cidadão porto-alegrense e a cidade de Porto Alegre. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
em Comunicações.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, agradeço à Verª Margarete, ex-Presidenta da Casa.
Vivemos um momento pré-eleitoral, que é muito importante para o futuro do País,
do Estado e das gerações. É aquele período em que a população e os candidatos
procuram levar à população, através das campanhas, as suas mensagens, os seus
propósitos, para o povo, no dia da eleição, escolher aqueles que vão, em nível
de Executivo, Legislativo e do Parlamento Nacional, administrar os seus
interesses, do povo, que são os bens que pertencem a ele, os recursos que são
amealhados pelo povo.
Então,
é um período muito importante, mas que, muitas vezes, não tem merecido de alguns
setores populares a devida atenção em face das decepções, em face de toda uma
problemática que envolve os interesses da população. Mas nós temos que retomar
o lado bom, o aspecto importante, quer nós - povo - queiramos, quer não
queiramos; alguém vai ser escolhido para dirigir os destinos do País, os
destinos do Estado, para compor as Assembléias e o Parlamento Nacional. E que
sejam os melhores. Que sejam exatamente os melhores que devam ser escolhidos. E
o povo tem informação, tem acesso a um conjunto de informações para fazer essa
avaliação. Então é um momento importante este, este período pré-eleitoral, no
sentido de escolherem-se aqueles que vão dirigir os destinos e os interesses da
Nação, nos mais diferentes setores. Até porque é uma eleição de grande
importância, é uma eleição nacional, é uma eleição regional, é uma eleição que
escolhe os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Senadores, o
Presidente da República, os Governadores e Vice-Governadores.
Então, não acredito que haja uma campanha pelo voto
em branco, pelo voto nulo, pois isso seria é um equívoco; um lamentável
equívoco. Compreende-se a indignação daqueles que preconizam o voto em branco;
mas essa indignação está mal produzida, o instrumento da indignação tem que ser
outro, o instrumento da indignação tem que ser exatamente o voto, essa é a arma
que o povo tem para constituir os seus Governos. Portanto o voto em branco é um
voto antidemocrático; voto em branco ou anular o voto, a meu juízo - respeito
opinião em contrário -, é contrário à democracia. A democracia não conhece
outro regime senão o regime do voto.
Não é um grupo de sábios, não é um grupo de pessoas importantes, não é um grupo
de generais - seja quem for - que vai escolher os dirigentes. Na democracia,
quem vai escolher os dirigentes - e por isso tem toda a legitimidade - é
exatamente o povo; é o povo quem vai escolher.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Elói Guimarães,
voto em branco, voto nulo, não votar, só favorece os maus. Só esses são os
favorecidos; os bons são prejudicados.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES:
Exatamente, este é o entendimento. Nós precisamos votar, porque votar é
defender a democracia.
Imaginem
se ninguém votasse, o que estaríamos dizendo?
O
povo não aceita outro instrumento para a constituição do Poder. Então, faça-se
o quê? Quem vai escolher? Quem vai ser chamado? É claro que o povo tem razão na
sua indignação, só que nós temos que instrumentalizar essa indignação, votando.
Exatamente
votando naqueles que, a juízo do povo, vão bem representar, enfim, bem
administrar os seus interesses. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes):
O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Paulo Odone.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Prezada Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje, num
jornal de grande circulação do nosso Estado, saiu uma nota informando que o
número de telefone fica com o usuário, dizendo que a partir de 2008 o usuário
poderá manter o mesmo número de telefone quando mudar de operadora. E vou dizer
o porquê da minha alegria: no dia 25 de julho, mês passado, mandei uma carta
para o presidente da Brasil Telecom, senhor Ricardo Knoepfelmacher, dizendo o
seguinte: (Lê.): “Senhor Presidente. Ao cumprimentá-lo, cordialmente, venho
solicitar-lhe especial atenção à situação dos usuários dos serviços da
companhia, cujas correspondências estão anexadas”. E anexei correspondências de
mais de 20 usuários.
Continuando
a leitura: “Ocorre que com a mudança destes numerais comerciais, haverá
prejuízo unilateral, comercial, real e imediato aos usuários que possuem os
telefones grafados em seus estabelecimentos, placas, anúncios e panfletos. Este
fato é inaceitável do ponto de vista jurídico e social. Sugiro, se me permite,
que o SAC, Serviço de Atendimento ao Cliente, da companhia entre em contato com
estes usuários. Com certeza poderemos encontrar conjuntamente um ponto de
equilíbrio para essa situação, evitando prejuízos aos contribuintes e uma
enxurrada de ações judiciais contra a Brasil Telecom”.
Também
remeti uma carta ao gerente da Anatel do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. João
Jacob Bettoni: “Ao cumprimentá-lo, cordialmente, venho solicitar-lhe especial
atenção ao caso que me foi encaminhado pelos usuários de telefonia fixa do
bairro Tristeza atendidos pela Brasil Telecom. Estou anexando cópia das
correspondências recebidas e da enviada ao Sr. Ricardo Knoepfelmacher”.
A
Brasil Telecom resolveu alterar os prefixos dos telefones do Bairro Tristeza.
Comunicou aos usuários, só que mais de uma centena desses telefones são
comerciais, que estão nos guias telefônicos, cartões de visitas, front light
e demais espaços
comerciais. E nós entendemos que a questão do número deve ficar com o usuário,
já que ele está ligado, inclusive até algumas empresas usam o termo “a chave” e
colocam o número do telefone.
A
Anatel deu essa resposta - para nossa surpresa -, agradável por sinal, só
lastimo que vai ser apenas em 2008, estão dando um adicional, em que as pessoas
podem inclusive trocar de companhia e manter o seu número. Eu acho que isto é
um avanço na questão das comunicações.
O
que nós não conseguíamos entender é esse sistema unilateral de simplesmente
comunicar, dizendo que vai perder o prefixo: “Por 30 dias; se vocês quiserem
mais, dou 60 dias. Vai ter um chamado gravado com o mesmo número”. Não é assim
que funciona.
Além
do mais, esse sistema de telemarketing no nosso País é um sistema que eu
nem sei como denominar. A questão da impessoalidade faz com que as pessoas
liguem e digam: “Estou passando para o setor tal”. E aí a gente fica cinco,
seis, dez minutos, esperando, cai a ligação, e a gente liga de novo. Ou seja,
parece que eles querem testar a capacidade de resistência mental da população.
Isso é inadmissível em pleno século XXI, novo milênio, em que as comunicações
são tão avançadas.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Professor Garcia, quero
lhe cumprimentar pela manifestação, e dizer que a nossa Comissão já fez a
quarta reunião relacionada a isso. A primeira nós fizemos no Procon estadual, a
segunda nos Juizados Especiais Cíveis, a terceira na Anatel e a última aqui
nesta Casa. Fomos surpreendidos pela quantidade de reclamações, resumindo, pela
má prestação de serviço e o pouco caso das empresas que prestam serviço à
população de Porto Alegre. Lamentavelmente, só podemos confirmar o seu
discurso. Obrigado.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Agradeço,
Vereador, e quero parabenizá-lo. Mais adiante vou fazer um dossiê e vou mandar
a V. Exª todas essas reclamações, porque acho que vão servir de subsídio.
Volto
a dizer que nós não conseguimos compactuar com o sistema de telemarketing informal,
impessoal, com o qual não se consegue chegar a lugar algum. Para conseguir
alguma coisa, tem que se mandar uma correspondência para o Presidente da Brasil
Telecom, Sr. Ricardo Knoepfelmacher, que fica em Campo Grande. Temos, sim -
acho que essa é a missão da Casa e a missão da Comissão -, que vir diariamente
denunciar isso, porque é um descaso para com o consumidor, não só na nossa
Cidade, no nosso Estado, mas no nosso País. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Encerrado
o Período de Comunicações.
O Ver. Dr. Goulart
solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 1º de
setembro a 02 de outubro de 2006.
(Obs.: Foi aprovado o
Requerimento de Licença do Ver. Dr. Goulart, conforme consta na Ata.)
Eu solicito ao Ver.
Bernardino Vendruscolo que assuma a presidência dos trabalhos.
(O Ver. Bernardino Vendruscolo assume a presidência
dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Passamos à
(até 06 oradores/10 minutos/com aparte)
4ª SESSÃO
PROC.
N. 4348/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 031/06, que dispõe sobre as diretrizes
orçamentárias para 2007 e dá outras providências.
PROC.
N. 4349/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 032/06, que altera a Lei n. 9.814 de 29 de agosto
de 2005, que dispõe sobre o Plano Plurianual 2006-2009 e dá outras
providências.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver.
Bernardino Vendruscolo, na presidência dos trabalhos; meus caros Vereadores
Professor Garcia, João Dib, Verª Sofia Cavedon e Neuza Canabarro, fico
impressionado com esta Câmara Municipal: num dia em que devemos discutir a
Pauta Especial, discutir a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que é uma peça
importantíssima para o destino da nossa Cidade, nós estarmos fazendo este
debate aqui entre seis pessoas. Os outros 30 Vereadores não devem ter interesse
neste debate, até mesmo a base do Governo, a não ser que o Ver. Garcia,
valoroso defensor do atual Governo, venha aqui responder as perguntas que fiz
na última Sessão.
Eu não ouvi ninguém, estive sempre atento aqui aos
questionamentos e fiz uma leitura da problemática da LDO; mostrei as
incongruências legais. Ninguém me respondeu, a não ser o Ver. Dib, que disse
que tinha o parecer da Procuradoria, o que é verdadeiro, só que entraram com
dois processos. O Procurador não pode adivinhar, quando está dando parecer num
processo, onde está o outro; não tem essa condição.
Então eu fico esperando o retorno da Prefeitura,
dos nobres Pares que defendem o Governo Municipal - pode defender até a sua
política; agora, quero ver defender a questão do trâmite, que não está de
acordo como manda a Legislação. Então, pode parecer uma questão menor, mas não
é.
Eu não quero radicalizar aqui, mas já se rasgou a
Constituição Brasileira. Aqui já vi cenas de rasgar o Regimento Interno, de
passar por cima... Então, eu quero respostas. Eu estou aqui para perguntar!
Oposição pergunta, oposição questiona. Oposição tem esse papel. O povo de Porto
Alegre elegeu uma maioria de Vereadores para dar sustentação ao Governo, que
teve maioria. Está ausente. Não fala. Não responde. A Liderança do Governo não
sei onde se encontra. Ver. João Dib, quem sabe V. Exª, que é uma pessoa neutra,
não fica defendendo o indefensável de um lado ou de outro, possa me ajudar.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, nós aprovamos
aqui uma Lei que se chama Lei do PPA. Essa Lei do PPA, no seu art. 6º, diz: ”A
inclusão, alteração ou exclusão de programas constantes desta Lei serão
propostas pelo Poder Executivo através de projeto de lei específico”. Isso é
Lei aprovada por unanimidade nesta Casa. É o que o Prefeito fez agora: mandou
uma alteração no PPA onde ele retira um programa e redistribui uns recursos
contidos neste programa nos outros 20 programas, porque nos outros 20 programas
não entrava gasto com pessoal, por exemplo. Estavam todos centralizados no
Programa de Apoio Administrativo. Agora foi tudo dividido entre os 20 e ficou
muito mais claro, muito mais transparente, que é uma das coisas de que o Ver.
Adeli Sell gosta, é de transparência.
Eu acho que, agora, se nós conseguirmos acompanhar
a execução orçamentária, nós vamos encontrar essa transparência.
O SR. ADELI SELL: Pode ser até mais claro e mais
transparente. O problema é o seguinte: eu conheço o conteúdo da Lei que diz que
pode ser modificado. Só que isso tem que ser discutido antes. O PPA sempre se
discute antes da LDO. Aqui é que está o “furo da bala”, como se diz
vulgarmente, e aqui é que o Governo descumpre a Legislação, porque também o
Governo é useiro e vezeiro em descumprir. Se V. Exª entrar hoje no portal do
servidor da Prefeitura Municipal, V. Exª vai ver a insistência com que o
Governo diz que deu aumento real. V. Exª sabe que não foi aumento real. V. Exª
discutiu esse tema aqui. Portanto, está num documento oficial, está lá no
portal do servidor. Já recebi hoje uma queixa de um funcionário público atento
que diz que lá está escrito aumento real. A Verª Neuza Canabarro sabe muito bem
o quanto é difícil dar a reposição que precisa ser dada, o que dirá aumento
real. Então vamos falar um português correto: foi uma reposição de parte das
perdas, e não aumento real.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, veja V. Exª a
importância da lei. A Lei Municipal que estabeleceu a política salarial era
clara, precisa e concisa. O Prefeito tinha que dar 4,63%. Se a Comissão de
Justiça desta Casa tivesse agido à altura das suas obrigações, nós teríamos
chegado aos 4,63%. Mas a Comissão de Justiça não fez isso; negou-se a analisar.
Quanto ao portal lá do Prefeito, ele pode dizer o que quiser, mas a lei foi
cumprida no momento em que ele deu os 4,63% de reposição, e nem pensar em
aumento real. Nem pensar!
O SR. ADELI SELL: Mas, veja, nós
estamos falando de um portal oficial da Prefeitura. A Prefeitura não pode colocar
no portal que nós não aprovamos aqui o aumento real. Por isso, eu estou dizendo
a V. Exª que...
O Sr. João Antonio Dib: E o Governo
aceitou a Emenda deste Vereador, dizendo que era reposição salarial.
O SR. ADELI SELL: Exatamente,
nós não podemos ter esse jogo de fazer uma coisa aqui e outra coisa lá, em
contradição com a lei. Eu estou aqui simplesmente cobrando a lei. Tem um
Vereador que está me ajudando, só que o pessoal que deveria estar aqui, a
Liderança do Governo, não tem o que dizer, por isso é que está ausente. Quer
dizer, a Liderança do Governo foge do debate, não responde, não diz a que veio!
Eu quero a correção do portal do servidor! Nós
aprovamos uma coisa aqui. Eu quero que se discuta primeiro o PPA, primeiro a
Lei que modifica o PPA, depois vamos discutir a LDO. Aí, sim, vamos começar a
nos entender.
Quanto à questão dos programas, Ver. João Dib, tudo
bem! Agora, convenhamos, precisou um ano para descobrir que, dentro daquele
saco imenso em que cabia qualquer coisa, aquela denominação, agora tiveram que
mudar.
Então, não é a primeira vez que isso acontece, Ver.
João Dib, que eu faça uma cobrança sobre os aspectos legais, pois a Prefeitura
é useira e vezeira, nesse um ano e oito meses encerrado hoje, de fazer esse
tipo de mancada, para não dizer outra coisa. É uma vergonha que isso esteja acontecendo! E aqui ninguém vai testar
ninguém, porque as pessoas estão aqui, sabem do que se trata e têm maturidade
de saber ler uma Lei. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para discutir a Pauta
Especial. (Pausa.) Ausente. O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, o Ver. Carlos Todeschini disse: “Bah, mas vai defender o Governo!”,
mas, com toda a tranqüilidade, Vereador. Primeiro, vou ler para V. Exª e para
os demais Vereadores sobre qual é o compromisso com o equilíbrio fiscal. Diz o
seguinte (Lê.):”O compromisso com o equilíbrio fiscal que possibilitará a
recuperação do crédito da Prefeitura de Porto Alegre para obter financiamentos
a fim de subsidiar novos investimentos na Capital. Hoje, o Município não está
apto a receber o aval da Secretaria do Tesouro Nacional para contrair operações
de crédito junto a instituições financeiras internacionais, devido aos
consecutivos déficits primários registrados no Município, em Porto Alegre, nos
anos de 2002, 2003 e 2004. Nos últimos dez anos, crescentemente, a base de investimento
da Capital foram os financiamentos externos”.
Se V. Exª tiver alguma
objeção, lhe dou um aparte, faço questão, porque acho que nós crescemos no
debate justamente nessas situações. O Ver. João Antonio Dib também sabe - é
membro da Comissão - que o Município, hoje, não está conseguindo novos
investimentos devido ao déficit primário.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço pelo aparte, acho
que o debate enobrece aqui o conteúdo e é o papel desta Casa. Eu quero dizer
que essa é a justificativa do Governo, não significa que ela seja aceitável e
real, porque, pelo que eu sei, pelas informações que eu tenho, os
financiamentos internacionais estão suspensos por outras motivações e,
fundamentalmente, por incapacidade gerencial do atual Governo. Esse é o
problema real, visto que estão suspensos os repasses dos financiamentos do BID
e do Fonplata, pelo não-cumprimento de deveres e de cronogramas ajustados com
essas instituições. Esse é o motivo real.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Vereador,
lastimo. Se formos fazer o debate, seria assim: rodou na explicação. A
explicação de V. Exª não foi convincente para o debate, porque não se pode
contrair novos débitos quando ocorre o déficit primário. Eu desafio V. Exª a
vir aqui, nesta Tribuna, trazer-me dados dizendo que Porto Alegre teve
superávit primário nos anos de 2002, 2003 e 2004. Isso seria importante. V. Exª
diz que este Vereador está equivocado, mas se eu estiver equivocado, venho
humildemente reconhecer. Nós teremos oportunidade de discutir, mas estou
lançando o desafio, porque acho que isso é salutar para o processo democrático.
O Ver. João Antonio Dib é da Comissão e sabe o que nos foi comunicado que em
função dos déficits primários, de forma sistemática, e não se consegue obter
novos recursos.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Professor Garcia, o
superávit primário aconteceu, mas como eles não pagaram as contas, a coisa
complicou mais. As contas eram muito maiores do que o superávit primário, e
eles fizeram uma série de maquiagens, e, ao final, apareceu toda a deficiência
na execução orçamentária.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Ver. Professor
Garcia, o Ver. Todeschini é um homem do Interior, como eu, um homem que conhece
as trajetórias da vida, as dificuldades. Só que no seu aparte, tristemente, ele
quer “encobrir o sol com a peneira”, porque ele sabe que nos três anos de
Prefeitura do seu Partido houve déficit. Então, acho que o Governo está tendo
competência - o nosso Prefeito Fogaça -, para que a Prefeitura tenha saldo
positivo para não perder o crédito. O Ver. Todeschini sabe disso, pois ele é um
homem inteligente.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Mas
vamos continuar, Ver. Todeschini, comentando outras coisas. Vamos falar da
manutenção do nível de investimentos da Prefeitura de Porto Alegre. Essa
manutenção, em 10% do orçamento total, apesar da impossibilidade de contrair
financiamentos internacionais, em que isso implica? Implica no aumento dos
recursos próprios para investimentos em novas ações de melhoria para o capital,
o que representa um extremo sacrifício de caixa, ou seja, os investimentos
públicos, neste ano, do Município de Porto Alegre, foram todos oriundos de
investimentos próprios, da arrecadação dos contribuintes; não foram de novas
dívidas. O Município quer fazer nova dívida? Quer, mas não consegue. A partir
do próximo ano, quando esperamos ter um superávit primário, poderemos, sim,
contrair novas dívidas, e V. Exª pode ter a certeza de que, na metade de 2007 e
2008, nós vamos investir muito na Cidade.
Mas vamos continuar com mais alguns argumentos. A
reafirmação das prioridades eleitas pelo Orçamento Participativo, olhem só:
Orçamento Participativo! O Prefeito Fogaça diz: “Vamos continuar e vamos
aperfeiçoar”. E é o que está tentando fazer. Concedo-lhe um novo aparte, Ver.
João Dib.
O Sr. João Antonio Dib: Nobre Ver.
Garcia, V. Exª está sendo muito modesto. O Prof. Fogaça, Prefeito de Porto
Alegre, fez mais do que a reafirmação das prioridades eleitas pelo Orçamento
Participativo. Ele realizou as obras que, no passado, foram prometidas e cujas
promessas não foram cumpridas. São 500 ou 600, mas ele já fez, no ano passado,
197.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado,
Vereador, por esses seus subsídios. Mas por que é que o Prefeito Fogaça
continuou com as obras? Porque o compromisso dele não é com a gestão anterior;
o compromisso dele é com a cidade de Porto Alegre, e, sendo o compromisso com a
cidade de Porto Alegre, independe de quem estava governando. Na realidade, ele
resolveu manter aquilo que foi prometido, e que, por alguma circunstância, não
foi cumprido. Eu também tenho certeza de que o Governo da Frente Popular
gostaria de ter cumprido, mas não cumpriu. Agora, o Prefeito, sim; José Fogaça
está cumprindo. Ele coloca neste Projeto do Plano Plurianual de 2006 (Lê.):
“... se refere especialmente à abertura de programas de apoio administrativo,
distribuindo as suas ações pelos 21 programas de Governo, o que irá
proporcionar mais transparência e realidade de custo para cada iniciativa
executada”.
E aí eu quero falar um pouquinho da questão dos
programas de Governo, que é uma forma diferente também de governar, é uma forma
nova, ou seja, através dos programas, em vez de ser uma questão vertical,
estanque, com cada Secretaria cuidando de uma determinada coisa. Não, o
gerenciamento do programa passa por várias Secretarias, as Secretarias vão
aderindo, colocando as suas sugestões e a sua visão, porque, na realidade, é o
programa o objetivo maior. São situações novas que nos permitem a discussão.
Vamos colocar também a questão da forma de alocação dos recursos: quais são as
prioridades elencadas não pela cabeça privilegiada
do Prefeito e dos Secretários, mas por prioridades do Orçamento Participativo:
Habitação, Educação, Assistência Social, pavimentação, Saúde, desenvolvimento
econômico, saneamento básico - V. Exª que foi Diretor do DMAE sabe muito bem
disso; a questão do DEP -, Cultura, áreas de esporte e lazer, iluminação
pública, transportes e circulação e saneamento ambiental. Essa é a ordem
elencada. Foi colocada também uma reserva de contingência de 2% sobre a Receita
Corrente líquida.
Queremos
comentar agora sobre as autorizações prévias para a abertura de créditos
suplementares e operações de crédito, Ver. Todeschini; para a abertura de
créditos suplementares, no máximo de 10% do total da despesa autorizada para
atender reajustes e demais despesas de pessoal e encargos sociais; por conta da
Reserva de Contingência. Para atender despesas relativas à aplicação de
receitas vinculadas, bem como a seus rendimentos financeiros que excedam a
previsão orçamentária; outras Despesas Correntes, com características de
pessoal; suplementações de despesa que correspondam a um mesmo programa, a uma
mesma modalidade de aplicação e a um mesmo vínculo orçamentário. A
contrapartida de projetos que excedam a previsão orçamentária, a serviços da
dívida, a planos de investimentos anteriores, a operações de crédito, ainda que
por antecipação de Receita, oferecendo as garantias necessárias.
Vamos
falar ainda a respeito de algumas metas e prioridades. Primeiro, e acho que
isso é importante, temos que falar todas às vezes: implantação de 165 novas
equipes do Programa da Saúde da Família, o PSF; um milhão e 200 mil exames no
Laboratório Central de Análises Clínicas; dois mil atendimentos de pessoas com
deficiência na ação Cadeira Certa; 600 adolescentes atendidos na ação Agente
Jovem; 531 crianças e adolescentes atendidos nas ações de abordagem de crianças
e adolescentes; 115 mil crianças e adolescentes atendidos nas ações do Nascas -
Núcleo de Assistência a Crianças e Adolescentes; 30 mil pessoas atendidas na
ação de prevenção de drogas; 134 curadores capacitados na ação de atenção à
saúde nas creches conveniadas; 1.456 crianças, adolescentes e famílias
atendidos na rua; 160 crianças, adolescentes e famílias atendidos na ação
Sentinela; dois mil e 600 quilômetros de conservação de vias públicas. E aí há
um elenco que eu vou ler em outra oportunidade.
Agora
V. Exª poderia perguntar: se tudo isso está sendo feito, Porto Alegre está uma
maravilha?! Não, não está uma maravilha! Porto Alegre tem as suas deficiências,
como várias cidades. Mas, agora, o que está procurando fazer? Está procurando
corrigir. Como não há recursos hoje, e não consegue obtê-los de fora, o
investimento está sendo feito nas áreas prioritárias, ou seja, elencando as
áreas de maior necessidade e lá colocando as suas prioridades. É isso o que o
Governo Fogaça está fazendo. Porto Alegre não está uma maravilha, mas está
sendo feito o que pode ser feito juntamente com a população, porque ele fez
questão de manter o Orçamento Participativo para discutir e manter aquilo que
estava sendo proposto, porque se viu que o Orçamento Participativo é uma
conquista da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a
Pauta Especial.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, é tão difícil
construir o simples que ninguém mudou o Parabéns a Você! Veja só a simplicidade
da afirmação do Ver. Adeli Sell na tribuna no dia de hoje.
Hoje
nós estamos na quarta Sessão de Pauta Especial, discutindo a Lei de Diretrizes
Orçamentárias, e o Ver. Adeli Sell, com simplicidade, foi ali e disse: “Antes
da LDO, deve ser votada a alteração do PPA”. Os outros ficaram discutindo três
dias, Ver. Adeli Sell, e ninguém disse isso que é tão fácil de dizer.
Logicamente, só pode acontecer a votação e a apreciação da LDO depois de
alterado o PPA. E a alteração será feita, porque não ficarão mais 21 programas,
como disse o Professor Garcia, ficarão apenas 20; esse, do Apoio
Administrativo, será distribuído em todos os outros 20 programas. Gastos com
pessoal, que não estavam incluídos nos outros programas, passarão a ser
incluídos ali. Por isso que a maior despesa que aparecia no Programa de Apoio
Administrativo era quase todo o Orçamento da Prefeitura, que agora foi
distribuído nos 20 Programas que restaram.
Agora,
uma preocupação que parece que todos os Vereadores têm, é a de fazer alteração
daqueles 10% que o Prefeito propõe, e eu disse que todos os Prefeitos até hoje
propuseram a mesma coisa, sabendo que a Câmara alteraria, mas eu não vou
alterar. Outros anos eu já fiz essa alteração, já propus 4,2%, já propus 4,8%,
e tem sido aprovado em torno desse valor, mas eu não vou propor.
Agora,
para aqueles que querem fazer emenda, talvez querendo criar algum problema
maior, é fazer a viabilização de suplementação por rubrica. Eu deixo para a
inteligência dos meus Pares para ver qual é o melhor caminho para que se faça o
acompanhamento, e a preocupação que têm todos com a execução orçamentária.
De
resto, nós vamos aprovar a alteração que o Prefeito propõe para o Plano
Plurianual, porque nós aprovamos no ano passado que ele poderia fazer essa
proposta. Eu tenho lá todas as dúvidas do mundo se essa proposta de lei,
alterando o Plano Plurianual, devia se enquadrar dentro do mesmo ritual da LDO
- foi colocado juntamente. É uma coisa que a douta Comissão de Justiça poderia
dizer, se é necessário esse ritual de seis sessões de discussão, etc. e tal. Eu
acho que não seria necessário, porque nós já discutimos e estamos apenas
emendando, e uma emenda não leva a fazer todo o ritual que nós estamos fazendo
aqui e que proporcionou muitas discussões desnecessárias, até por falta de
entendimento.
Agora,
eu vou dizer de novo: a LDO não é para fazer as 300, 400 emendas que fazem
aqui, pelas quais brigam com unhas e dentes, e depois, na hora de votar, todo
mundo retira as emendas e se acerta por 20, 30 ou 40 emendas. Eu até acho que
conveniente seria, se não houver nenhum equívoco maior, se não houver um erro na LDO,
deixar fazer a Proposta Orçamentária e depois vamos analisá-la.
Eu formulo votos de que os meus Pares tenham a
sensibilidade necessária para não emendar desnecessariamente, inocuamente, para
que nós possamos fazer um trabalho melhor, e depois exigir do Prefeito uma
Proposta Orçamentária à altura das necessidades da cidade de Porto Alegre. É
tudo quanto eu desejo, e espero que aconteça!
Quanto ao Orçamento Participativo, continua sendo
atendido, sim, e a prova de que está sendo atendido é que a freqüência, hoje,
nas reuniões do Orçamento Participativo, é maior do que aquela que o Partido
dos Trabalhadores trazia, por exemplo, a esta Casa, com vários ônibus que
recolhiam pessoas na Cidade. Agora elas vão espontaneamente e em muito maior
número. Portanto, parece que o Orçamento Participativo, como bem disse o
Professor Garcia, não é uma tese da Prefeitura, e sim, uma tese do povo de
Porto Alegre, que tem sido respeitada e que vai continuar sendo respeitada,
como também acontece no Estado, de forma um pouco diferente, evidentemente,
porque o Estado é maior. Nós precisamos escutar a população, e o importante é
que, escutada a população, determinada a obra a ser realizada, ela seja
realizada, e não se acumulem obras, como há ainda umas 400 obras listadas no
Orçamento Participativo que não foram realizadas, apesar dos amplos recursos de
que a Prefeitura dispunha, e não sei como se consumiram. Não sei, não sei
mesmo, porque acompanhei a execução orçamentária que eles apresentavam. Então,
eu não sei! Agora com o estabelecimento de Programas na Proposta Orçamentária
virão as obras que serão realizadas, uma coisa que o Partido dos Trabalhadores
sempre negou para a Câmara Municipal, apesar de ser Lei. Nós só poderíamos
aprovar o Orçamento se soubéssemos quais as obras a serem executadas. Nunca nos
foi fornecido isso, mas nós não inviabilizamos a Administração, e demos sempre
o Orçamento para que ela pudesse realizar as obras por que a Cidade tanto
anseia e de que tanto necessita.
Portanto, agora, nós podemos olhar nos Programas
quais as obras que serão realizadas, e depois nós podemos cobrar. Mas das 600
obras, de 1998 a 2004, 197 foram realizadas no ano passado. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra
para discutir a Pauta Especial.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, o Governo Fogaça, que disse que iria manter o OP, e que está
fazendo obras atrasadas - estou pedindo para o Ver. Antonio Dib que me dê a
listagem das obras realizadas, porque eu quero, inclusive, informar ao Conselho
do Orçamento, ao Conselheiro Felisberto, que está aqui. Acho que esta
informação privilegiada que V. Exª tem, Ver. Dib, deve nos passar, porque nós
vamos informar a todas as regiões, aos conselheiros e delegados do Orçamento
Participativo, porque é nebulosa, no mínimo, essa informação de que obras estão
sendo feitas. As informações que nós temos é que as obras deixadas em andamento
pela Administração Popular estão sendo feitas muito mal, de forma muito mal
gerenciada, com problemas na execução, com lentidão, com perda de
financiamento, com revisão do projeto, como é o caso do Programa Entrada da
Cidade, onde as casas não terão mais a qualidade prevista no início, e a população
não consegue reagir; e obras atrasadas.
Eu
tenho informação do próprio Governo, do seu próprio OP, o OP de 2005, de que
apenas 13% foi concluído, do que foi deliberado; apenas 13% do seu próprio
processo de OP! E o que a gente vê, na verdade, está aqui no art. 4º, no início
da nossa LDO, eles listam todos os Programas (Lê.): “A alocação de recursos
obedecerá a uma nova configuração orçamentária, priorizando os programas de
Governo”. Eu vou repetir: “... os programas de Governo, bem como os órgãos coordenadores
e executores dos programas”.
Então,
a LDO diz que são os programas de Governo que serão priorizados, e não os
programas e obras definidos pelo Orçamento Participativo; e na seqüência, no §
1º, ele diz (Lê.): “Os programas de Governo, aludidos no caput deste
artigo, serão os seguintes: Receita é Saúde...”, que não tem mais receita, que
não tem mais remédio, que não tem mais saúde, porque Saúde virou belos
mutirões. A Saúde está um caos nesta Cidade; o Conselho de Saúde - essas
reuniões que não têm caráter de plenárias públicas -, Ver. Dib, na última vez
quase não aprovou o relatório da Saúde; aumentaram os índices de mortalidade
infantil em Porto Alegre, diminuiu a coleta da prevenção de câncer de útero das
mulheres; e isso é um dos indicadores.
Bom, esses Programas todos: Gurizada
Cidadã, Programa Integrado Entrada da Cidade, mais Governança Solidária, mais
Orçamento Participativo; ora, não existe mais hierarquia. O Orçamento
Participativo era para ser o “pano de fundo” que alocava recursos e discutia os
programas e políticas de todas essas áreas. Hoje o Governo tem uma série de
programas e mais o Orçamento Participativo que “passa uma mãozinha na cabeça”,
essa que é a verdade; acabou o princípio da decisão popular, da autonomia e do
empoderamento popular. O Governo agora tem os seus programas e vai
executando-os, assim como dá uma olhada no OP, assim como dá uma ajeitada no
OP, de forma nebulosa, sim, Ver. João Antonio Dib, e eu lhe digo por que é
nebulosa.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte?
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Depois
lhe darei um aparte, se V. Exª puder aguardar um pouco.
No
parágrafo 2º, o Governo diz o seguinte: “Ficam suprimidos os Programas de Apoio
Administrativo em cargos especiais, sendo que os recursos resultantes dessa
supressão...” - aqui parece surpresa - “...serão redistribuídos nos demais
programas”. Ora, esse apoio administrativo em cargos especiais tinha muito
recurso, e quando nós fomos discuti-lo, no ano passado e no Plurianual,
tentamos abrir esses recursos, dizíamos: “Tem que abrir, tem que dizer onde
esses recursos estão alocados”. Não foram aceitas emendas no Programa de Apoio
Administrativo, era muito dinheiro, e dinheiro fechado, e agora o Governo o
está extinguindo e colocou onde ele quis. Não existe mais transparência, Ver.
Dib, não tem mais como acompanhar o que é feito com o recurso público nesta
Cidade! As leis que vêm para cá, uma repete a outra, e mais, a grande jogada...
E discordo do Ver. Garcia, que diz: “Agora os programas são transversais”. Agora,
a criança e o adolescente não têm mais responsável, essa que é a verdade; agora
os programas não têm mais responsável, as ações estão todas fragmentadas; o
Governo está funcionando por demanda, e eu exemplifico: na FASC, desmontou a
educação social de rua, porque queriam que a educação social de rua agisse numa
lógica contrária a tudo que foi construído nesta Cidade: de acolhimento, de
reintegração; e aí os técnicos foram sofrendo pressão moral e foram saindo, se
desmontou a Educação Social de Rua. Hoje, na FASC, contrário à vontade e aos
credos, ao que acredita que construiu a sociedade civil e os funcionários, a
FASC tem um mutirão, um grupão de limpeza e retirada de moradores de rua, de
menino e menina de rua, é assim que se chama, Ver. Dib, em documento escrito:
Grupo de Limpeza e Retirada dos Moradores de Rua. Esse Grupo, Ver. Todeschini,
é formado não por funcionários da FASC, que se negaram a trabalhar dessa
maneira, porque é fragmentada, é uma maneira desrespeitosa; esse grupo é
composto por CCs de várias Secretarias, caminhão da SMOV, não-sei-o-quê, vão
seis, sete policiais; seis, sete guardas, e agem, sim. Agem e retiram todos os
pertences dos moradores, remédio, manta, que a própria Educação Social de Rua
deu para se aquecerem, levam tudo para a Lomba do Pinheiro, e os moradores de
rua que vão dar jeito de buscar os seus pertences, passam frio, não têm
remédio, não têm mais dignidade humana. Então, os programas horizontais estão
fragmentando completamente a ação da Prefeitura, retirando técnicos
especializados; a descontinuidade é a marca deste Governo; reage apenas às
demandas e aos acontecimentos.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Nobre Verª Sofia, o Programa de Apoio Administrativo, que gerava
em torno de mais ou menos de dois bilhões de reais anuais, que é o Orçamento da
Prefeitura, incluía pessoal, custeio, uma série de coisas, foram distribuídos,
não desapareceram; foram distribuídos nos 20 outros programas, e desaparecem
esses, ficando muito mais fácil de fazer a fiscalização. Mas eu vou falar do
Orçamento Participativo. Por exemplo, 1996...
A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. João Dib, já que o senhor está
fazendo um aparte, eu faço uma contraposição. Diluir em vinte programas não
permite maior controle. Eu ouvi - palavras textuais do Fórum Municipal da
Criança e do Adolescente - entidades que trabalham com a Criança e o
Adolescente: nós não conseguimos localizar o recurso que vai para as creches,
porque tem um pouco aqui, um pouco ali, um pouco lá, no Orçamento, Ver. Dib.
Não há como saber se está aumentando, se está pulverizado, se está diminuindo.
Não há, Ver. Dib, piorou para controlar.
O Sr. João Antonio Dib: Nobre Vereadora, agora, com essa
eliminação do Programa de Apoio Administrativo, V. Exª vai poder ler nos outros
vinte Programas onde estão os recursos da Prefeitura, transparentemente, com
toda a clareza.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Verª Sofia, quero corroborar o seu pronunciamento, porque houve
inclusive, na semana que passou, uma reunião com os moradores de rua,
denunciando as violações de direitos feitas informalmente, inclusive por
agentes do DEMHAB, da SMOV, da SMAM e outras Secretarias do Município que agem
fora da lei. Inclusive isso foi denunciado na Comissão de Direitos Humanos e
Segurança Urbana.
Portanto
o nosso protesto, e também não vejo, e não aceito essa justificativa do Ver.
João Dib, que tenta fazer o mesmo malabarismo do Governo, tergiversando sobre
programas, sobre questões da LDO, da Lei Orçamentária Anual, mas, na verdade, o
que se apresenta é o mais completo caos na Cidade.
Vim,
agora, de uma reunião lá do Cesmar, com mais de 50 pessoas completamente
aflitas, que não agüentam mais a disputa armada entre gangues. As pessoas estão
no meio do tiroteio. Pessoas do PSF, pessoas do próprio Cesmar, as irmãs da
creche e toda a população está apavorada, e ninguém do Governo, e ninguém
inclusive do Partido do Ver. João Dib, que são responsáveis pela Secretaria
Municipal de Segurança, há um ano e meio não se fazem presentes.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Muito bem, Todeschini, estou de pleno
acordo. Acho que há uma ausência de Governo lamentável nesta Cidade e uma
proposital pulverização dos recursos, para fazer com que a Cidade não consiga
enxergar a prioridade, não consiga incidir sobre a prioridade.
Termino,
dizendo que a CECE fez um Seminário de dois dias sobre o Plano Municipal de
Educação, e a fala da sociedade civil era a seguinte: ausência do Plano, que
foi retirado da Casa, há um ano e meio - e não tem retorno para esta Cidade,
Ver. ª Neuza. A ausência desse Plano faz com que os recursos destinados à
criança e ao adolescente, à Educação, nesta Cidade, não tenham um
direcionamento, não tenham prioridade, não tenham uma linha construída pelo
conjunto da sociedade.
Então,
o Governo Municipal aloca, de forma aleatória, de forma fragmentada os
recursos, e a sociedade não consegue controlar, não consegue intervir.
É
lamentável, não tem como corrigir uma LDO. E essa LDO não diz a que veio, a não
ser desmontar o que a Cidade já tinha construído. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): A Verª
Neuza Canabarro requer verificação de quórum.
Solicito
abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pela Verª
Neuza Canabarro. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Não há quórum. Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h16min.)
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